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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Festa de S. Lázaro







"Ana, Magana, Rabeca, Susana, Lázaros, Ramos na Páscoa estamos.” É assim que os locais contam as semanas em falta até chegar o dia da Festa de São Lázaro, na quinta semana após a Quarta-Feira de Cinzas que institui a Quaresma.
“Cavacórios” e “bexigas”, são mais duas especialidades regionais que os vila-realenses fabricam, neste caso, em dia da festa de S. Lázaro. Os “cavacórios” são um doce feito à base de ovos e farinha de trigo, com uma cobertura de açúcar. As “bexigas” são feitas com farinha de trigo, raspa de limão e cobertura de açúcar.
Parece que a tradição dos “cavacórios” e “bexigas” se filia na origem de uma epidemia que há muitos anos grassou em Vila Real, e à qual só os habitantes do bairro vizinho da Capela de S. Lázaro escaparam. Então os mesmos habitantes passaram a levar ao Santo as suas oferendas hoje introduzidas na tradição da cidade com o nome da própria epidemia, “bexigas”, e ainda os “cavacórios” , estes de tamanho maior e simbolizando o bolo em que consistia a oferta do devoto.
S. Lázaro é ainda hoje o santo de maior devoção da gente de Vila Real e, no domingo que antecede o "Domingo de Ramos" é costume os locais descerem à Rua dos Ferreiros para comprar os “cavacórios. Mas os locais evocam o santo como padroeiro das “bexigas”, nome dado à varíola pela cultura popular, atribuindo a forma funda que a cicatriz deixa no rosto à mesma que os doces possuem e levantando similitudes com a lepra que, erroneamente, não fez padecer Lázaro como marcou o martírio de Job ou que os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas relatam sobre as curas do profeta. Lázaro leproso era o mendigo que comia as migalhas que sobravam de um homem rico. Quando os dois morreram, o pobre foi para o céu e o rico para o Inferno. Daqui nasceu aquilo que se chama o “Mal de São Lázaro”. As suas representações mais antigas encontram-se no século III, com Cristo a assistir à sua ressurreição enquanto segura na mão direita uma vara semelhante à de Hermes, que utilizava para conduzir as almas até ao Hades.


Fonte:Ricardo Almeida

etnografiatransmontana.blogspot.com

Trabalho realizado por João Pedro Penelas

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