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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

História e lenda do Aleu






A História do Aleu

A palavra ALEU, actualmente visível na bandeira de Vila Real, teve a sua origem no tempo do Marquês de Vila Real, D. Pedro de Menezes.
O palácio da Torre que foi pertença dos Marqueses de Vila Real, possui em vez de brasão na frontaria do palácio, uma coroa de louros, no meio da qual está gravada a palavra ALLEO, como símbolo de toda a nobre família Meneses, de Vila Real.

A propósito da palavra «Alleo», conta-se que numa praça de Ceuta, encontravam-se alguns fidalgos que se divertiam jogando o jogo da reca ou da choca. Entretanto, um clamor de trombetas ouviu-se a anunciar a presença do rei D. João I. Entre os fidalgos encontrava-se D. Pedro de Meneses a quem D. João I perguntou:
- Sentis em vós esforço para defender dos infiéis esta cidade que Deus nosso Senhor pôs em mãos portuguesas?
D. Pedro sentiu essa pergunta quase como uma ofensa e, pegando no aleo (pau com que se jogava a reca ou choca), disse que com aquele cacete prometia defender a praça de Ceuta dos Mouros. D João I, perante tanta valentia demonstrada, elegeu D Pedro de Meneses governador de Ceuta. O rei tirou das mãos do conde o aleo e ali mesmo, investiu-o do cargode Governador, dizendo que aquele pau seria a vara da justiça que ele manteria durante a sua governação.
Ceuta manteve-se portuguesa por obra e valentia dos Meneses de Vila Real e de outros governadores que os substituíram.
Assim, D. Pedro de Meneses tomou como armas a divisa Aleeo, cercada por uma coroa de louros, que foi esculpida no seu palácio da Torre em Vila Real.
O Alleo, serviu depois como símbolo de comando na entrega do governo da cidade de Ceuta a um novo governador, sendo representado simbolicamente por um pequeno bastão que ainda hoje se encontra junto da imagem da Nossa Senhora de África na Sé de Ceuta.
Como os marqueses de Vila Real foram senhores desta antiga vila desde os fins do séc. XIV até 1641, as armas do município tinham também, além da espada empunhada por um braço, a palavra «Aleeo» cercada por uma coroa de louros. Mas, com a condenação à morte do último Marquês, estas figuras de heráldica foram retiradas do brasão de armas de Vila Real.
Em 1925, a Associação dos Arqueólogos Portugueses aprovou uma nova constituição da heráldica municipal, que mais tarde foi revogada pelo «Diário do Governo» nº 26, II Série, de Janeiro de 1962, mantendo os mesmos elementos, em que a palavra ALEU continua a fazer parte da heráldica das armas.









Outra Lenda do Aleu

Para os mais curiosos,deixo aqui a lenda do Aleu que eu aprendi na escola primária.
Há muitos anos atrás, o rei D. Dinis visitou o local onde hoje se situa a bela cidade de Vila Real.
Andava o rei a passear pelas lindas ruas, quando reparou que num largo dois rapazes novos e robustos jogavam divertidamente um jogo que se chamava "Choca". Este jogo jogava-se com um pau grosso a que chamavam "aleu".
D. Dinis, zangado protestou:
-Então, estão vocês aqui a jogar, enquanto outros rapazes corajosos estão a treinar para a guerra. Achais isso correcto?
O rapaz mais forte e inteligente do grupo respondeu:
-Saiba Vossa Poderosa Majestade que se formos chamados para defender a nossa querida terra, faremos com este "aleu" aos nossos inimigos o mesmo que estamos a fazer a esta pobre "choca". Derrotamo-los com uma pancada!
D. Dinis com grande surpresa de tal resposta, ordenou que o escudo de Vila Real tivesse a palavra "Aleu".







Trabalho realizado por Joana Filipa Silva












Jogo da Choca. Porca ou Reca









A choca é jogada com uma bola de madeira, de formato igual ao da do jogo do pino, chamada porca (reca ou choca).
É composta por cinco jogadores munidos de um pau cada um, o qual pode ser curvo numa das extremidades ou não.
Começa o jogo com as coquerrias da bola. Chama-se coquerrias ao acto de dar com um pau na bola sem a deixar cair no chão. O jogador que menos coques der é o que vai com a porca, ocupando os restantes jogadores um nicha.
Ao jogador que fica com a porca chama-se porqueiro. O porqueiro tenta meter a porca no celeiro. Se o conseguir, diz estas palavras «remeruja porca suja»; e os outros jogadores têm de mudar de nicha. O jogador que ficar sem nicha vai com a porca.
Quando o porqueiro tenta meter a porca no celeiro, todos os outros jogadores fazem os possíveis para que ela não entre, evitando que ele ponha o pau na sua nicha.
Depois do tempo terminado (aproximadamente 10 minutos), dizem-se estas palavras: «couto, minha nicha,/couto, meu celeiro,/borro-lhe nas barbas/ao ruim porqueiro».
Cruzam os paus no celeiro, põem-lhe uma pedra em cima, vão buscar o porqueiro, que tenta fugir e dão-lhe com o rabo em cima da pedra, terminando assim o jogo.

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